UNIVERSO EM PULSAÇÃO

        As descobertas dos tempos biorrítmicos, com números de dias fixos para manifestações diferentes e previsíveis, não representam, por si só, conhecimentos isolados e inéditos no estudo do Homem e do Universo. Afinal, toda a natureza à nossa volta pulsa de forma ritmada, em fases distintas e inversas, presentes desde os átomos até as estrelas.

        Exemplo disso são o ciclo do Sol (as manchas solares, cujos picos ocorrem a cada 11 anos), os eclipses, as fases da Lua (a cada 28 dias completa mais uma volta em torno da Terra), os cometas, a rotação da Terra sobre seu próprio eixo (24 horas) e translação (ao redor do Sol, a cada 365 dias), cujo estudo através dos séculos resultou no calendário moderno, entre outros. O Universo é repleto de evidências que atestam sua constante pulsação.

        Na natureza terrestre, temos o ciclo mais importante, que é o das Estações do Ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno). Com origem no movimento da Terra ao redor do Sol, seu eixo elíptico (ou seja, não regular ou circular, em constante contração e expansão da órbita ao redor do Sol) é o responsável pelas 4 estações do ano,  mudando o clima em época definidas e ocasionando também a migração dos animais (pássaros, baleias, tartarugas, pingüins, insetos, a "piracema", etc.). Temos também  as marés (a cada 12 horas), os ciclos de atividade vulcânica e glacial, a relativa previsibilidade dos terremotos, enfim, os exemplos são infinitos.

        No próprio ser humano existem outros Ritmos Biológicos mais evidentes, como o ciclo do sono, a alimentação, a respiração, o batimento cardíaco, a menstruação, a gravidez e outros, todos respondendo a um prazo pré-determinado para "funcionar" ou não. O Bio-Ritmo está para nosso corpo assim como o calendário está para o mundo exterior. É possível saber-se quando virão "nossas épocas de chuva ou seca, calor ou frio, plantio ou colheita"; enfim, quando podemos aproveitar ou quando devemos cercar-nos de precauções para evitar as conseqüências indesejadas dos dias menos favoráveis.

CONCEITOS MILENARES DOS RITMOS BIOLÓGICOS

        Hipócrates, o "Pai da Medicina", já na antiga Grécia  recomendava aos seus discípulos um método de anotação de certos Ritmos Biológicos que julgava fundamental como fator determinante no sucesso de certas terapêuticas. Naquela época, sua "profissão" era denominada Periodeuta, ou seja, estudiosos dos "períodos" ou ciclos universais. Estabelecendo também as bases de uma outra ciência moderna, a Cronobiologia, é considerado pioneiro da observação e pesquisa "científica" da saúde humana. Esta poderia ser considerada a mais antiga referência dos Bio-Ritmos no Ocidente.

        Mas na Índia, os Vedas, livros sagrados cujas origens remontam a cerca de 5 mil anos, já mencionavam ritmos e pulsações do Universo que se repetem na natureza biológica do ser humano. Trata-se do conceito fundamental da filosofia hindu, a sincronicidade entre o macrocosmo e microcosmo, ou seja, "o que está em cima é igual ao que está em baixo", milênios depois eternizada nos textos bíblicos, onde a semelhança entre Deus (o Todo) e o homem é um dogma. O milenar Yoga também segue os preceitos dos relógios biológicos em sua prática. Na China antiga, o imperador Huang Ti, tido como o "pai" da Acupuntura e do Kung-Fu, já estudava a relação dos ritmos com os meridianos energéticos do corpo.

        O estudo específico dos Ritmos Biológicos básicos, de 23, 28 e 33 dias, tem pouco mais de um século desde a sua descoberta, formulação teórica e prática, sendo matéria extensamente comprovada nos mais diferentes campos de atividade. A precisão do Bio-Ritmo, tornou-o hoje um auxiliar indispensável em grandes indústrias, nas forças armadas, empresas de transporte, construtoras, equipes esportivas, hospitais, seguradoras, etc., pois permite planejar melhor a produtividade e reduzir-se de 45 a 90 por cento os acidentes de trânsito e de trabalho, conforme veremos a seguir, através do controle dos chamados "Dias Críticos".

Conheça a seguir, como os três Ritmos influem na sua vida e como tirar o máximo proveito deles.