DESCOBERTA VEIO DA OBSERVAÇÃO MÉDICA

        Por que em determinados dias estamos calmos ou nervosos, dispostos ou cansados, tristes ou alegres, saudáveis ou enfermos, enfim,  dias onde "tudo dá certo" ou "tudo sai errado"? Essas oscilações de ótimo desempenho de nossas capacidades, alternadas de fases de rendimento bem abaixo do ideal, inclusive com épocas Críticas, vinham intrigando a Humanidade desde os tempos mais remotos. Os periodeutas, estudiosos da pulsação cíclica da natureza, entre os quais destacou-se Hipócrates ( 460 - 377  a .C.) - o "Pai da Medicina" - , assumiam papéis influentes na Antigüidade, ao lado de videntes, astrólogos e místicos, não raro decidindo os destinos de reis, impérios e povos inteiros, com suas previsões. Suas "adivinhações" quase sempre não passavam de simples observações e conhecimentos dos ritmos universais.

Dr. Wilhelm Fliess em duas fases da vida

        Por volta de 1870, em Berlim, Dr. Wilhelm Fliess (*1858 - +1928), otorrinolaringologista de renome na Alemanha, observando a variação do quadro clínico de seus pacientes, passou a elaborar estatísticas quanto ao número de dias de melhora e piora diante das diversas enfermidades. Após anos de pesquisa, conclui existir em nosso corpo um Ciclo natural de 23 dias. A primeira metade ( 11,5 dias ) caracteriza-se por maior imunidade às doenças, menos sensibilidade à dor e grande energia corporal. Na outra metade, as forças parecem esvair-se, favorecendo o cansaço e o aparecimento ou intensificação de doenças. Estabelecido esse gráfico, passou a prever e antecipar-se com cuidados especiais, melhorando os resultados de suas ações terapêuticas. Fliess teve como colaborador nas pesquisas, o também médico, Dr. Hans Schlieper.

        Mais tarde, descobriu que, independente desse Ritmo Físico, existe outra oscilação, de ordem Emocional, marcada pelo bom-humor e tranqüilidade, seguido de outra metade depressiva, com desânimo e irritação. Essas alterações nervosas ocorrem dentro de um Ciclo de 28 dias, sendo constatadas com centenas de pacientes e pessoas de seu convívio. Dr. Fliess foi o maior amigo de Sigmund Freud ( o "Pai da Psicanálise" ), a quem operou por duas vezes, de problemas nasais. Suas teorias sobre Psicologia, revolucionárias para a época, incluíram essas descobertas de seu médico, conforme veremos num Capítulo à frente. Fliess foi eleito mais tarde, pelo seu brilhantismo, presidente da Academia Alemã de Ciências e um livro publicado sobre sua convivência com Freud, documentada por 284 cartas.

 O COMPROVADOR E DIFUSOR

         Já o psicólogo Hermann Swoboda (*1873 - +1963), de Viena, Áustria, por volta de 1897, após efetuar pesquisas próprias e encontrar respostas idênticas ao trabalho de Fliess, deu continuidade aos estudos, dedicando toda sua vida ao aprimoramento e exaustiva comprovação desses Ritmos. Além de testes hormonais, sangüíneos e psicológicos, buscou fundamentos matemáticos para explicar a origem dos Ciclos de 23 e 28 dias, dando-lhes consistência científica definitiva. Até seu falecimento, em 1963, aos 90 anos, analisou Bio-Ritmicamente cerca de seis mil pessoas de todas as raças, anunciando tratar-se de manifestação própria de toda espécie humana, transmitida geneticamente, permanentemente regulada desde o nascimento até a morte, um autêntico "relógio biológico" que nunca erra ou falha.

        Já o professor Alfred Teltscher (Universidade de Psicologia de Innsbrück, Áustria), em meados de 1930, acrescentou ao Físico e Emocional, o Ritmo Intelectual, com duração de 33 dias. Chegou à essa conclusão, após observar através dos anos, que seus alunos passavam por períodos de maior e menor desempenho mental, expresso através de testes de avaliação do rendimento escolar. Ou seja, mesmo seus alunos considerados mais brilhantes, durante as provas, às vezes passavam por fases de baixo rendimento, enquanto os demais tinham seus dias de capacidade mental surpreendentemente elevada, conforme as oscilações das curvas dos seus Ciclos Intelectuais.

        Simultaneamente, sem qualquer contato com Teltscher, nos Estados Unidos, os professores Rexford Hersey e Michael J. Bennet, chegaram às mesmas conclusões, anunciando na mesma época a descoberta do 3.º Ciclo, o Intelectual, e com a mesma periodicidade, ou seja, 33 dias.

        No final de sua vida, em 1963, o Dr. Hermann Swoboda anunciou que as pessoas acompanhadas por ele, pessoalmente, durante várias décadas, tiveram comprovadamente, uma expectativa de vida aumentada em mais de 30 por cento, em relação à média tida como padrão pela Medicina de seu tempo. Ele mesmo, aliás, faleceu já quase centenário. Mais que isso: sua data de falecimento não correspondeu a nenhuma configuração das curvas demonstrando tendências Críticas: morreu absolutamente devido a causas naturais. Deixou assim, ao morrer, sua maior prova da utilidade e finalidade maior de todo usuário do Bio-Ritmo: evitar os imprevistos das fases desfavoráveis.

Abaixo, reproduções dos livros dos Drs. Hermann Swoboda e Wilhelm Fliess:

"Die kritischen Tage des Menschen" (Os Dias Críticos do Homem) - do Dr. Swoboda, trouxe as primeiras réguas de cálculo.

À esquerda, os livros "Die Perioden des Menschlichen Organismus" (A Periodicidade do Organismo Humano); "Studien zur Grundlegung der Psychologie" (Estudos sobre o Fundamento da Psicologia) e "Das Siebenjahr", todos do Dr. Hermann Swoboda. À direita, "Der Ablauf den Lebens" (O Curso da Vida), "Der Rhythmus des Lebendingen" (A Periodicidade da Vida) e "Das Jahr im Lebendingen" (Um Ano na Vida Mortal), o do meio de autoria de outro médico estudioso da época, Dr. Hans Schlieper e os dois restantes de autoria do Dr. Wilhelm Fliess, que escreveu ainda "Vom Lebem und Vom Tod" (Sobre a Vida e a Morte) e "Zur Periodenlehre" (A Teoria da Periodicidade). Hans Schlieper escreveu também o livro "Das Jahr im Raum"(O Ano em Relação ao Espaço), entre outras obras ligadas aos Ritmos Biológicos e Periodicidade.