Definições Gerais

        Antes de passarmos à leitura, entendemos ser importante algumas definições quanto à terminologia utilizada nesta obra. A mais importante é o emprego do termo "Bio-Ritmo" em vez de "Biorritmo", embora este seja mais conhecido e divulgado, constando inclusive nos dicionários e até na correção ortográfica dos editores de texto. A grande maioria dos livros e reportagens já publicadas, deu preferência aos dois "r", por ser a forma mais popular. Mas nos meios mais especializados no assunto, a forma Bio-Ritmo é tida como a mais adequada.

        A palavra tem origem do grego, "Byos" que significa Vida e "Rhythmos", Ritmo. Bio-Ritmo é o Ritmo da Vida, portanto. O termo hoje empregado na língua portuguesa tem origens na língua germânica, idioma dos dois principais descobridores, que o formataram como Bioritmus e mais atualmente, Biorhytm. Na língua inglesa, derivou-se para Biorhythm. Na tradução para o português, a forma Bioritmo daria uma pronúncia inadequada, pelo que optou-se pela adoção dos dois "r". Mesmo sendo minoria o emprego da forma Bio-Ritmo, fomos mais simpáticos a ela desde o início de nossas pesquisas, concordando com o Dr. Manoel Brandão, autor de uma Enciclopédia sobre o assunto, na década de 70.

        Diretamente associada ao assunto, desde suas origens, há cerca de 130 anos, está sua constituição através de Ritmos Biológicos, sendo os mais conhecidos, considerados básicos, o Físico com 23 dias, o Emocional com 28 e o Intelectual, com 33 dias. A "ciência" que os estuda é conhecida como Bio-Ritmologia (da origem Biorhythmology), sendo o especialista na área denominado Bio-Ritmologista, ou ainda, Bio-Ritmólogo, embora esta última seja menos usual e adequada, talvez por soar muito parecida com a profissão de muitos adeptos das chamadas "artes divinatórias".

        Nas ocasiões em que utilizamos a palavra "ciência", o sentido e a finalidade é utilizá-la como sinônimo de "conhecimento", conforme as próprias origens da palavra, do grego "scientia", que significa consciência, cultura, saber, ou corriqueiramente, ter-se "ciência" ou estar "ciente" de algo. Para fins de categorização, consideramos Bio-Ritmo um método e não propriamente uma Ciência, pois apesar de seus fundamentos se processarem de forma metódica e racional como esta requer, comprovando-se estatisticamente sobre eventos ocorridos, não raramente é alinhado pelos membros daquela área, como algo "não-científico", principalmente no Brasil.

        Isto porque o Bio-Ritmo, mais do que limitar-se a diagnósticos (avaliação de fatos consumados), permite a "ousadia" de efetuar-se prognósticos (projeções futuras de probabilidades), excursionando pelo campo do abstrato. Enquanto a Ciência, por exemplo, mistura dois elementos e prevê uma reação química matemática e constante, o Bio-Ritmo ao contrário, trabalha com tendências e possibilidades cujo resultado não pode - de forma alguma - ser absolutamente exato, após consumadas as projeções. Quando muito chega-se a antecipar os fatos de forma bastante precisa, mas nunca 100 por cento corretos. Isso, contudo, varia conforme a experiência do analista.

        Ainda mais quando trata-se de um método cuja maior finalidade, no caso dos dias Negativos ou Críticos, é exatamente alcançar resultados opostos daqueles esperados. Ou seja, a meta maior do Bio-Ritmo é, nestes casos, errar o quanto possível, pois sua função essencial é a de se tomar precauções quando as curvas apresentam posições desfavoráveis. Talvez até mais do que isso, vemos no sistema uma maneira de também tirar-se o máximo proveito de uma determinada fase, quando o oposto está assinalado.

        Empregamos ainda, nesta obra, as palavras diretamente associadas ao tema, como Ciclos, Ritmos, Negativo, Positivo, Crítico, Bio-Ritmologia, Ritmograma, com letras maíusculas para diferenciá-las das mesmas palavras, utilizadas de forma comum. Isto se não fosse apenas por acreditarmos na importância maior deste sistema.

        Estamos permanentemente vivendo em sincronismo com o Universo. Quando adormecemos ou levantamos, de acordo com a noite ou o dia, ajustamos nossos relógios biológicos. Além do ciclo do sono, a fome, o batimento cardíaco, a respiração, enfim, nosso corpo está em permanente pulsação, em maior ou menor intensidade. Sabemos que, em continuando a vida, estas funções são previsíveis. E o que é previsível, portanto é passível de ser realizada da forma mais segura e satisfatória. E é exatamente isto que o Bio-Ritmo tem como proposta maior.

Felipe Porto